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Arquitetos: Cairn
- Área: 70 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:James Retief
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Fabricantes: Xylo
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trabalhando contra a corrente e pensando fora da caixa convencional de aço e parede de tijolo, a prática emergente de arquitetura Cairn tem sido pioneira no uso de um novo concreto de baixo carbono incorporado em seu último projeto, uma renovação e extensão residencial em Hackney, ao leste de Londres. Esta casa feita por muitas mãos é a primeira construção no Reino Unido a especificar um cimento de argila calcinada de baixo carbono (LC3), um novo material que emite 30-40% menos CO2 em sua produção do que o cimento Portland padrão. Comissionada por um cliente ambientalmente consciente, a renovação da casa vitoriana foi um teste para o LC3, um produto que pode reduzir as emissões totais de CO2 globalmente em 1-2% se adotado universalmente pela indústria da construção. O projeto demonstra como uma casa vitoriana pode ser renovada e estendida com um impacto ambiental substancialmente reduzido - 40% menor do que uma construção típica utilizando concreto convencional, estrutura de aço e gesso.
Localizada em uma rua densamente habitada e sem carros, a casa de dois andares com 77m2 ocupa um terreno restrito sem jardim com apenas uma estreita faixa de espaço externo. Como encontrada, era escura e apertada. O desafio era trabalhar com o que estava lá, projetando de forma sustentável o máximo de área possível através da reutilização e reaproveitamento de materiais existentes para levá-la aos padrões contemporâneos, criando uma nova cozinha aconchegante e produtiva para seu proprietário, um chef com experiência em agricultura sustentável. O projeto altamente personalizado traz luz e espaço para a casa. Cairn, trabalhando com os engenheiros estruturais da Structure Workshop, utilizou LC3 para a laje, com uma estrutura de madeira que se estende entre os pilares de tijolo da casa vitoriana. Ao contrário de uma extensão doméstica convencional, o aço foi usado de forma parcimoniosa, formando sapatas e placas de ligação em conexões-chave, permitindo junções aparafusadas desmontáveis.
Uma estratégia explícita de reutilização fundamenta todo o projeto. Adotar uma abordagem baseada no tecido, identificar o que era essencial, reter elementos originais utilizáveis, construir com cautela e entrelaçar o antigo e o novo têm sido fundamentais para o projeto. Em vez de revisar o programa da casa, as intervenções foram simples e de baixa tecnologia, usando seletivamente o que foi encontrado (realocando o boiler em vez de descartá-lo), complementado com estratégias para economia de energia, como janelas de vidro duplo. Cliente e arquiteto estavam comprometidos com o reaproveitamento e, quando materiais novos eram necessários, materiais de base biológica - concreto de cânhamo, cortiça, fibra de madeira, madeira e gesso de cal - foram especificados. Camadas de revestimento foram omitidas sempre que possível, para que a nova estrutura de madeira seja um componente visual chave dos espaços no térreo. Onde os painéis foram instalados, foi usado lã de madeira respirável finalizada com gesso de cal, e as bancadas da nova cozinha da Foresso são feitas de produtos de madeira reciclada. O resultado é uma casa arejada com texturas calorosas e terrosas, onde o antigo e o novo se misturam, celebrando a pátina do tempo.
A renovação do térreo coloca a nova cozinha espaçosa no coração da casa. O piso foi rebaixado para melhorar a altura do pé-direito e o espaço se beneficia de melhores conexões com a sala de estar, linhas de visão mais claras e acesso a espaços externos. Melhorias foram feitas no andar superior com a renovação do escritório que agora tem acesso a um terraço. Os níveis de luz natural foram significativamente potencializados no térreo com claraboias na extensão, uma nova claraboia acima do banheiro térreo e aberturas atravessando paredes antigas e novas. Não há portas internas no térreo, exceto para o banheiro, a fim de priorizar as conexões visuais e a luz. Os espaços mantêm seu caráter aberto e são definidos através do posicionamento cuidadoso de pilares e mudanças de nível do piso. A tecnologia do cimento de baixo carbono foi desenvolvida na Suíça na EPFL, juntamente com especialistas em Cuba e na Índia, e tem um vasto potencial para reduzir as emissões de carbono da indústria do concreto. O concreto feito com LC3 se parece com o convencional e é misturado e despejado da mesma maneira, sem necessidade de treinamento adicional no local. Ele foi usado na laje e também foi usado para reforçar os alicerces de tijolo existentes para ganhar altura na extensão.
O projeto foi um exercício de equilíbrio entre as restrições regulamentares e o reaproveitamento da infraestrutura existente, com o desenho sendo impulsionado pelo baixo teor de carbono dos materiais, sua capacidade de construção e custo. Cairn trabalhou em estreita colaboração com os engenheiros estruturais da Structure Workshop, usando a Calculadora de Carbono desenvolvida e patenteada pelo escritório, informando as escolhas e quantidades de materiais. O cliente e seu parceiro também participaram ativamente do projeto, trabalhando ao lado do empreiteiro e arquiteto para moldar manualmente as paredes de concreto de cânhamo (estrutura de madeira com preenchimento de concreto de cânhamo aparente). A decisão de construir as paredes manualmente, substituindo ferramentas elétricas pela energia humana, resultou em uma atividade coletiva gratificante e um projeto feito por muitas mãos: as mãos dos arquitetos, engenheiros, empreiteiros e clientes. Esse esforço coletivo foi ecoado nos tapumes do local, que foram impressos com uma montagem de esboços sobre o tema "Casa do Futuro" pelos alunos da escola primária adjacente: um tapume feito por muitas mãos. A abordagem de construção da casa é complementada pelo mobiliário e acessórios internos. Estes são reutilizados e ganham uma segunda vida sempre que possível, como o piso de madeira que foi recuperado do Tribunal de Magistrados de Bow e uma coleção de móveis de segunda mão e luminárias. O cliente estava determinado a não usar itens novos, a menos que fosse inevitável, para que a casa fosse impregnada de caráter e histórias únicas.
